Prof Dr Thiago Bernardino de Carvalho
Unesp/Botucatu
E o ciclo pecuário, como que está? Estamos segurando muita fêmea e vai aparecer um mundo de bezerros daqui para frente, é isso mesmo? Algumas dessas indagações rondam o mercado pecuário não somente neste primeiro semestre de 2021, mas sempre quando as cotações do boi gordo e bezerro estão em patamares elevados e ou em baixa.
Os últimos seis a sete anos, quando podemos falar de dois ciclos pecuários, respeitando a lógica produtiva brasileira focada em mais de 80% de sua produção à pasto e muito dela de forma extensiva, alguns fatores contribuíram para formação do ciclo pecuário, e não somente a retenção maior de fêmeas no mercado.
Voltando a safra nos anos de 2013/14, foi registrado nesse período uma das maiores secas no Brasil central com série crise hídrica, que comprometeu não somente a produção de pastagens, mas também a qualidade dos animais que desmamaram no primeiro semestre de 2014 e também os que nasceram no segundo semestre do mesmo ano. Soma-se a esse fato, a condição corporal das vacas que estavam entrando no período de reprodução, entre 2014/15.
O mercado acompanhou uma forte valorização num primeiro momento dos animais de reposição, seja pelo maior abate de fêmeas, mas também pela seca, e posterior valorização do mercado do boi gordo, que teve reflexos até o ano de 2016.
Posterior a esse movimento, houve elevação da produtividade, motivado pelo maior retorno em termos de preços, e como consequência, uma alta na disponibilidade de animais no mercado nacional no final de 2016 e ao longo dos anos seguintes, 2017/18. Paralelo ao movimento dentro da cadeia, a economia e política enfrentavam um processo de impeachment e como consequência da turbulência do mercado, alta no desemprego e renda.
A soma de maior oferta e restrição na demanda (e sem contar com o efeito China), os preços despencaram e houve uma reversão do cilco pecuária, com maior abate de fêmeas nos primeiros semestres de 2018 e 2019.
O período que a pecuária atravessa nos anos de 2020 e 2021, se assemelha com o vivido nos anos de 2014/15, com a inclusão de um grande player comprador da carne bovina nacional, que fez com que somado a uma baixa oferta de animais prontos para o abate, inflacionasse os preços ao longo da cadeia.
O movimento de preços, fez com que os números de abates de vacas adultas ao longo de 2020, mas principalmente no primeiro trimestre de 2021 fosse o menor desde o ano de 2002, sinalizando uma busca pelo incremento na produção de bezerros. Esse movimento nos últimos dois anos, vem fazendo com o setor projete uma produção amior de bezerros a partir de 2022 até 2024.
Então os preços irão retroceder? Há a virada do ciclo pecuário? Pelo lado da oferta, temos esse cenário, mas como falado anteriormente, temos o fator clima, de seca e baixas temperaturas na entressafra 2021, assim como um parceiro ávido pela carne brasileira (China) e a entrada de um ano de eleição, quando há um movimento de maior disponibilidade de dinheiro no mercado e consequentemente estímulo no consumo.
O produtor deve ficar atento aos movimentos da economia (câmbio, exportações, ajuda emergencial), assim como os fatores que podem afetar a produção (clima, menor disponibilidade de economia, animais confinados), que fazem com que o mercado oscile. Mas principalmente, deve focar numa produção eficiente, olhando que o ciclo pode se reverter, mas a produção irá continuar num horizonte maior e que o planejamento eficaz poderá trazer um resultado mais consistente e produtivo ao longo dos anos.
Unesp/Botucatu
E o ciclo pecuário, como que está? Estamos segurando muita fêmea e vai aparecer um mundo de bezerros daqui para frente, é isso mesmo? Algumas dessas indagações rondam o mercado pecuário não somente neste primeiro semestre de 2021, mas sempre quando as cotações do boi gordo e bezerro estão em patamares elevados e ou em baixa.
Os últimos seis a sete anos, quando podemos falar de dois ciclos pecuários, respeitando a lógica produtiva brasileira focada em mais de 80% de sua produção à pasto e muito dela de forma extensiva, alguns fatores contribuíram para formação do ciclo pecuário, e não somente a retenção maior de fêmeas no mercado.
Voltando a safra nos anos de 2013/14, foi registrado nesse período uma das maiores secas no Brasil central com série crise hídrica, que comprometeu não somente a produção de pastagens, mas também a qualidade dos animais que desmamaram no primeiro semestre de 2014 e também os que nasceram no segundo semestre do mesmo ano. Soma-se a esse fato, a condição corporal das vacas que estavam entrando no período de reprodução, entre 2014/15.
O mercado acompanhou uma forte valorização num primeiro momento dos animais de reposição, seja pelo maior abate de fêmeas, mas também pela seca, e posterior valorização do mercado do boi gordo, que teve reflexos até o ano de 2016.
Posterior a esse movimento, houve elevação da produtividade, motivado pelo maior retorno em termos de preços, e como consequência, uma alta na disponibilidade de animais no mercado nacional no final de 2016 e ao longo dos anos seguintes, 2017/18. Paralelo ao movimento dentro da cadeia, a economia e política enfrentavam um processo de impeachment e como consequência da turbulência do mercado, alta no desemprego e renda.
A soma de maior oferta e restrição na demanda (e sem contar com o efeito China), os preços despencaram e houve uma reversão do cilco pecuária, com maior abate de fêmeas nos primeiros semestres de 2018 e 2019.
O período que a pecuária atravessa nos anos de 2020 e 2021, se assemelha com o vivido nos anos de 2014/15, com a inclusão de um grande player comprador da carne bovina nacional, que fez com que somado a uma baixa oferta de animais prontos para o abate, inflacionasse os preços ao longo da cadeia.
O movimento de preços, fez com que os números de abates de vacas adultas ao longo de 2020, mas principalmente no primeiro trimestre de 2021 fosse o menor desde o ano de 2002, sinalizando uma busca pelo incremento na produção de bezerros. Esse movimento nos últimos dois anos, vem fazendo com o setor projete uma produção amior de bezerros a partir de 2022 até 2024.
Então os preços irão retroceder? Há a virada do ciclo pecuário? Pelo lado da oferta, temos esse cenário, mas como falado anteriormente, temos o fator clima, de seca e baixas temperaturas na entressafra 2021, assim como um parceiro ávido pela carne brasileira (China) e a entrada de um ano de eleição, quando há um movimento de maior disponibilidade de dinheiro no mercado e consequentemente estímulo no consumo.
O produtor deve ficar atento aos movimentos da economia (câmbio, exportações, ajuda emergencial), assim como os fatores que podem afetar a produção (clima, menor disponibilidade de economia, animais confinados), que fazem com que o mercado oscile. Mas principalmente, deve focar numa produção eficiente, olhando que o ciclo pode se reverter, mas a produção irá continuar num horizonte maior e que o planejamento eficaz poderá trazer um resultado mais consistente e produtivo ao longo dos anos.
Latest news
Vetoquinol é a preferida do produtor rural em brincos mosquicidas e vitamínicos para equinos
Companhia é premiada em ambas categorias no Top List Rural pela quinta vez seguida Pela quinta vez...
December 2024
Composição da dieta dos equinos precisa conter elementos para produção regular de queratina
Estímulo ao organismo para produção da proteína depende da presença de aminoácidos importantes A...
December 2024
Na primavera, carrapato desafia ainda mais os pecuaristas do Rio Grande do Sul
Além de impactar a produtividade, parasita pode transmitir a Tristeza Parasitária Bovina (TPB) Com...
November 2024