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Professor Dr. Thiago Bernardino de Carvalho
Unesp/Botucatu

 
 
Antes de mais nada vale pontuar que este texto passa longe de ser uma cartilha ensinando como ganhar dinheiro com a terminação de bovinos. Mas é sim uma forma de mostrar caminhos que farão diferença este ano para um pecuarista que necessita comprar animais de reposição para girar a fazenda e a atividade.
 
Criadores e recriadores estão passando por um momento de margens positivas devido a valorização dos animais desde o final de 2019, com bezerro e boi magro em diversos momentos valorizando mais que o boi gordo, e sendo puxados pela maior demanda de carne bovina no exterior e consequentemente uma busca mais intensa pela engorda dos animais.
 
Recai sobre os pecuaristas que buscam animais jovens a necessidade na eficiência tanto na comercialização, assim como nas ferramentas que irá utilizar para terminar esses animais. O mercado como o setor mostra ao longo dos últimos dez anos passa por transformações contínuas no uso de tecnologia e de produtividade. A busca por animais mais precoces e pesados é uma tônica que o setor produtivo nacional ou uma parte dele já absorveu (ou deveria estar absorvendo) e que será rotina no dia a dia de fazendas de recria e engorda.
 
Os altos preços negociados tanto para bezerro como para boi magro nos últimos meses, tendo como reflexo a oferta e a demanda, fazem com que a margem do pecuarista de terminação fique apertada. E o aperto não significa números negativos. Pelo contrário, significa que a margem de erro da atividade está cada vez mais se reduzindo e que há a necessidade de se produzir mais arrobas por animal em menor espaço de tempo.
 
O uso de insumos de qualidade e tecnologia é o primeiro passo de uma atividade saudável. Não existe bezerro e boi magro caros, existem animais de reposição bons. A boa gestão de compra, observando a qualidade dos insumos, aliada ao giro rápido da atividade e posterior venda de um produto bem acabado, podem ser o diferencial no processo.
 
Soma-se a esses dois fatores o controle de gastos e o envolvimento das pessoas, seja dentro da porteira, seja parceiros das empresas de insumos e consultores. Uma boa equipe técnica aliada aos conhecimento dos números da propriedade não trarão uma margem maior, mas ajudarão o pecuarista terminador a amenizar as altas de custos e ter sustentabilidade da atividade, produzindo um animal de qualidade.
 
A terminação ao longo deste ano trará bons números para o pecuarista em termos de preços de vendas e também oportunidades de mercado surgirão, sendo uma delas o aumento da produção dos últimos anos na cadeia na fase de cria, o que deverá fazer com que mais animais entrem no mercado nos próximos dois anos. Há a necessidade do pecuarista ficar atento na movimentação da cadeia e no efeito manada que ela cria.
 
Fica a dica, de como obter margem positiva numa atividade de altos custos e incertezas de mercado: o quadripé da gestão – produção, comercialização, financeiro e pessoas. Ou seja, a palavra é planejamento.