Professor Dr Thiago Bernardino de Carvalho
UNESP/Botucatu
O boom das exportações observadas nos últimos dois anos no mercado brasileiro trouxe novamente à discussão e a busca de informações por parte de pecuaristas e agentes da carne sobre qual são os requisitos buscados pelos mercados compradores da carne bovina brasileira. A volta dessa discussão nos últimos meses tem nome e sobrenome: o Boi China. O país asiático corresponde hoje por cerca de 40% de tudo o que é vendido pelo Brasil ao longo de 2020 e esse volume tende a se manter firme e/ou crescer.
Mas o que é na verdade o Boi China? Ele difere em que do restante das carnes exportadas pelo mercado brasileiro nos últimos anos. Nesse ponto é importante fazer um corte no tempo e entender as diferentes formas de demanda dos mercados. Existem hoje no mercado alguns diferentes tipos de classificações, entre elas, o Boi Comum, o Boi Europa, a Cota Hilton e o Boi China.
Dentre essas classificações, umas das mais exigentes é o Boi da Cota Hilton. Esta cota, é composta de cortes especiais do quarto traseiro de novilhos precoces e que dependem dos pecuarista seguir as diretrizes do Sisbov e complementar a rastreabilidade dos animais jovens antes dos dez meses de idade. Os machos castrados e as fêmeas devem ter no máximo quatro dentes e os animais inteiros, apenas dentes de leite, assim como as propriedades fazerem parte da lista trace. A lista trace se refere às fazendas com autorização para exportar o produto diretamente ao consumidor final, como para supermercados e açougues, sendo uma relação de propriedades que atendem as exigências estabelecidas pelo Sisbov e ter a certificação de Estabelecimento Rural Aprovado (ERAS).
Há também o boi Europa, assim chamado, que são bois provenientes de fazendas cadastradas na lista Trace e aptos à exportar para a União Europeia, sem os requisitos da Cota Hilton, mas com listagem Trace. Para ambos os tipos de gado, há um ágio no preço pago ao produtor variando principalmente na época do ano, ditado pela oferta. E em relação a este ponto, o Boi China, ganhou notoriedade no mercado brasileiro, recebendo em determinados períodos do ano, algo em torno de R$ 10 a R$ 15 a mais por arroba negociada.
E o padrão boi China, é um gado criado em território brasileiro com no máximo quatro dentes incisivos e menos de trinta meses de idade, ouse já, dois anos e meio, com toda a documentação de GTAs, sem indícios de febre aftosa, com rastreabilidade e que não tenham sidos tratados com produtos veterinários e nem consumido alimentos que são proibidos na China.
Independente das exigências demandadas pelos países compradores, uma coisa fica clara para o pecuarista nacional. A busca por padrão e animais mais jovens pode garantir a entrada nesses mercados e por consequência, uma premiação maior. O requisito anterior à essas exigências é um controle maior dos fatores de produção da fazenda e o uso de tecnologia, independente do custo. O consumidor busca o que ele quer e paga por isso. Resta ao pecuarista saber o que quer produzir: um gado diferenciado com ágio, ou um boi comum, sem exigências, que vive da oscilação de preços de mercado.
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